Yabbai

Susan Sontag, a intelectual que descobriu nos anos 60 que a raça branca é um câncer, morreu no último dia 28, aos 71 anos, de raça branca.

A raça branca é uma distúrbio genético com alta prevalência na Europa e EUA, e afeta tanto caucasianos como judeus. A mortalidade beira os 100%, e ainda não se descobriu cura ou vacina, embora muitos intelectuais defendam que o coquetel triplo (auto-negação, radicalismo chic e relativismo-moral-e-cultural) seja efetivo no combate à doença.

No Japão, o Dia dos Namorados (Valentine's Day) é dia de ganhar presente, e a véspera de Natal é dia de, hmm, namorar.

O Valentine's Day é muito legal: as mulheres dão presentes para os homens. Os homens, por sua vez, recebem presentes. Melhor: o presente padrão é chocolate. Melhor ainda, não são apenas os namorados que ganham: amigos, colegas de trabalho, chefe e pai também têm direito. Ah, sim, <insira aqui o standard disclaimer de como nenhum presente supera o carinho da namorada nesse dia, ou qualquer dia>. Mas, na falta disso, 3 caixas de chocolates são uma deliciosa consolação.

Na véspera de Natal, não tem a família toda, nem peru, a tradição é o bolo de Natal. Mas o verdadeiro espírito de Natal só os casais de namorados compreendem: comemoram nos love hotels.

Irish slang is deadly. Os irlandeses tem mais palavras para dizer "bêbado" que os esquimós para dizer neve.

E tudo o que você nunca quis saber sobre números em hebraico.

Numbers ending in 15 or 16 would be written as yud-he (10+5) and yud-vav (10+6), but the letters "yud he vav he" spell out the name of God and for religious reasons are not used. Instead, by convention, tet-vav (9+6 טו) and tet-zayin (9+7 טז) are always used.

Well ok, there is another exception- Some numbers spell out a word with strongly negative or positive connotations. In these cases, the order of the letters might be changed. The number 18 for example, yud-het, uses the same letters as the word for life het-yud. So instead of יח, you may see חי.

Muita xente non entende porque as adolexentes escrevem deste xeito. É ximples: elas eston escrevendo em galego, para demostrar xolidariedade com o pobo da Galícia. É xério, o artigo da wikipedia sobre a Galícia, em galego, é escrito axim.

Mas elas podiam seguir o exemplo do site do Movimento Defesa da Língua — galega ou portuguesa, dependendo de onde você estiver, pois é praticamente a mesma língua — que é escrito com a grafia de Portugal.

Primeiro foi o travesseiro-namorado, sucesso entre as japas solteiras.
"It keeps holding me all the way through. I think this is great because this does not betray me".



Agora é a vez dos manés:



As duas empresas podiam colaborar e fornecer um serviço adicional aos seus pobres clientes.

Veja esta entrevista com insurgentes iraquianos. Muito engraçado (ou eu tenho um senso de humor estranho).

Depois veja este vídeo, supostamente do Jihad Islâmico, simple people who chose principles over fear. Muito persuasivo e comovente (especialmente se você é anti-americano, anti-sionista e frequenta festas como Osama bin Reggae). Provavelmente é um hoax: um vídeo do Jihad Islâmico narrado em inglês quase (?) nativo e que sequer menciona o Islã? Mas não duvido que vai funcionar bem como propaganda política. Imagino os centros acadêmicos por aí passando isso, universitários tendo orgasmos múltiplos.

Dia 9 de dezembro foi Dia Internacional Anti-Corrupção. Instituído pela ONU, claro!

Incidentalmente, a 1.a Convenção da ONU Contra a Corrupção foi sediada na cidade de Mérida, no México.

Do Telegraph:

Escaping the stress of clogged roads, street violence and loss of faith in Holland's once celebrated way of life, the Dutch middle classes are leaving the country in droves for the first time in living memory.

The new wave of educated migrants are quietly voting with their feet against a multicultural experiment long touted as a model for the world, but increasingly a warning of how good intentions can go wrong.

Australia, Canada and New Zealand are the pin-up countries for those craving the great outdoors and old-fashioned civility.

Observem que eles não estão mudando para a Alemanha ou Inglaterra. Quero visitar a Europa, antes que acabe.

PS: a notícia acima menciona o assassinato do político Pim Fortuyn. Fui procurar notícias sobre ele e encontrei esta: "Los holandeses eligen al xenófobo Pim Fortuyn el `holandés más grande de todos los tiempos´". Não é político, nem mesmo "político de extrema-direita", é xenófobo.

Segundo estatísticas do SiteMeter, os browsers "independentes" acabam de ultrapassar o Internet Explorer entre os leitores do Yabbai. A ascensão do Firefox (43% do market share), aliada ao Konqueror (7%) e o Safari (3%), terminou a histórica hegemonia do IE. A Microsoft recusou-se a comentar.

O número de leitores do Yabbai também vem aumentando assustadoramente desde a criação do blog em outubro, quando tinha apenas 1 leitor fiel. Apenas 2 meses depois, já tem 4 leitores regulares (mas excepcionais, garanto), um crescimento exponencial.

Estudos da Kinki University mostram que, se as tendências se mantiverem, em menos de 2 anos o market share do IE será desprezível e o número de leitores deste blog terá ultrapassado a barreira de 64 milhões.

Aqui na cidade tem uma Kinki University. Também existe uma "grupo musical" (não dá pra chamar de "banda") chamado Kinki Kids.

Numa pesquisa da Universidade de Bielefeld, 51% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que não há muita diferença entre o que Israel está fazendo com os palestinos e o que os alemães fizeram com os judeus no holocausto.

A pesquisa é muito duvidosa porque diz que todos os outros 49% discordam, não aparecem os que não respondem ou "não sabem". Mas, mesmo assim: das pessoas que tem alguma opinião sobre o assunto, metade é de holocaust-deniers.

Aborto, células-tronco, casamento gay... Bah! se eu morasse nos States, principalmente em NY, estaria preocupado é com este caso. Uma lei estadual impede que os nova-iorquinos (que palavra esquisita) comprem vinho diretamente de produtores e adegas de outros estados. A ironia é que a lei só existe devido a uma dúbia interpretação da 21.a Emenda, que foi aprovada para acabar com a Prohibition e deixar cada estado cuidar de suas próprias leis etílicas.

E pensar que em outros tempos esse tipo de coisa gerava boicotes, revoltas, secessão. Em 1773, por exemplo, o pessoal de Boston se revoltou contra os ingleses, que concediam isenção de imposto ao chá da Companhia das Índias Orientais. Invadiram os navios cargueiros e queimaram até a última folha na Boston Tea Party.

Há uma reportagem na Slate citando as opiniões (informais) de alguns juízes, mas parece que o caso ainda não foi decidido.
Via Volokh Conspiracy, um blog legal legal.

Comunidade sobre o Japão no orcute. Tem um post de uma oriental, mas ela tem nome ocidental, será que é brasileira, canadense, chinesa (muitos adotam nomes ocidentais quando no Ocidente), americana? Espera, ela está fazendo careta e mostrando o dedo médio na foto. Não preciso nem ver o profile pra saber a resposta.

You've heard wild, unsubstantiated, stories that people in Japan like to drink? Rumors that many Japanese get drunk daily? You've also heard sordid tales of drunk Japanese businessmen terrorizing the streets of Tokyo at night? "Tondemonai!" (Poppy-cock) I say! I deny that completely... I haven't had a drink for at least several hours now.

Mike Rogers sobre o Bounenkai, a festa japonesa de fim-de-ano. Hipérboles à parte, é tudo verdade. É falta de educação servir bebida a si mesmo, e tem que prestar atenção quando os outros "precisam" ser servidos. Isso eu sabia antes de vir, mas demorei pra perceber que é bom deixar o copo cheio quando você não quer beber mais. Se você esvazia o copo eles insistem em servir mais.

G. K. Chesterton

"Why shouldn't I have a purely vegetarian drink? Why shouldn't I
take vegetables in their highest form, so to speak? The modest
vegetarians ought to stick to wine or beer, plain vegetable drinks,
instead of filling their goblets with the blood of bulls and elephants,
as all conventional meat-eaters do, I suppose"--Dalroy.

    You will find me drinking rum,
    Like a sailor in a slum,
You will find me drinking beer like a Bavarian
    You will find me drinking gin
    In the lowest kind of inn
Because I am a rigid Vegetarian.

    So I cleared the inn of wine,
    And I tried to climb the sign,
And I tried to hail the constable as "Marion."
    But he said I couldn't speak,
    And he bowled me to the Beak
Because I was a Happy Vegetarian.

    Oh, I know a Doctor Gluck,
    And his nose it had a hook,
And his attitudes were anything but Aryan;
    So I gave him all the pork
    That I had, upon a fork
Because I am myself a Vegetarian.

    I am silent in the Club,
    I am silent in the pub.,
I am silent on a bally peak in Darien;
    For I stuff away for life
    Shoving peas in with a knife,
Because I am a rigid Vegetarian.

    No more the milk of cows
    Shall pollute my private house
Than the milk of the wild mares of the Barbarian
    I will stick to port and sherry,
    For they are so very, very,
So very, very, very, Vegetarian.

Estava passeando pela livraria do câmpus e topei com uma coleção do Rudolf Steiner, o guru do Setzer. O pior é que uma livraria técnica, os livros não-técnicos ou de outras áreas são pouquíssimos. Fiquei curioso, será que tem um Setzer por aqui? Quase perguntei para uma funcionária se o livro estava vendendo bem, mas não quis dar trabalho.

Os livros técnicos, todos em japonês. Tem uma edição do Knuth, bonita, melhor que o original.

Tem uma estante inteira de livros para passar no TOEIC, que é o TOEFL deles. Tudo explicado em japonês, claro.

Felizmente, também tem uma lojinha no câmpus que tem 2 ou 3 prateleiras de livros de ficção (alguns em inglês). Inspirado pela visão do Steiner, fui lá e comprei Kwaidan, um livro de "estórias e estudos de coisas estranhas" do Japão (o autor nasceu na Grécia, mas não importa). Comprei sem ver se tinha online, e agora vejo que tem, numa edição diferente. Mas tudo bem, é bom pra ler durante aulas chatas. Li a história da Mulher Neve.

E na aula de hoje vimos o Traveling Salesperson Problem. Não faz sentido, uma saleswoman não se preocuparia em minimizar o percurso. Mas se for um sinal de que o maior problema em aberto da computação (merci, Souza) esteja sendo resolvido, tudo bem.

Se eu fosse paranóico pensaria que esta do Dante era pra mim. Como não sou, acho que ele se refere ao Carlos Ramalhete falando sobre a polêmica da boneca da Ann Coulter (se você não sabe quem é ela, não se preocupe, não vale a pena). Ao contrário do ateu aqui, o Ramalhete está falando seríssimo.

Vi esse artigo por acaso através de um post esnobe do Alexandre Soares Silva que aponta para outro do Alexandre Cruz Almeida. Por fim, Ramalhete cita o ensaio On American Morals de Chesterton, que é sem dúvida o mais interessante dessa história.

(não TH, não é parte da minha pesquisa... sim, eu tenho mais o que fazer. Devo lembrar sempre do estado de vocês antes da defesa, é uma boa motivação)

Howl's Moving Castle é o mais recente filme do Studio Ghibli e de Miyazaki Hayao (A Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro). Não posso dizer que é maravilhoso porque não entendi boa parte das falas e, bem, o final. Bah, posso sim: é maravilhoso.

Baseado no livro de Diana Wynne Jones, o filme é uma viagem por vários mundos ao mesmo tempo. Numa cidadezinha européia do século 19, a jovem Sophie é salva de uns guardas folgados pelo mago Howl que, todo mundo sabe, não é nenhum santo também. Mas Sophie acaba pior: enfeitiçada por uma bruxa inimiga de Howl, transforma-se numa velhinha de 90 anos. Sophie então sai à busca de uma cura e encontra o castelo de Howl, uma grande geringonça ambulante. Lá mora o mago com seu aprendiz Michael e o demoninho Calcifer, um fogo falante que tem um misterioso pacto com Howl e promete ajudá-la. Sophie (e o espectador) continua no escuro durante um bom tempo, mas tantos acontecimentos fantásticos vêm em sucessão que ela, como o espectador, não tem tempo para pensar.

As gags de Calcifer, se deliciando ao "comer" lenha ou a comida que jogam para ele, se desesperando ao quase apagar, são mais ingênuas que as de Shrek, por exemplo (acho I've got to save my ass muito engraçado, mas suspeito que as crianças não). Mas arrancam risos até dos japoneses, que normalmente são muito silenciosos no cinema, não riem alto nem em comédias (*).

Infelizmente muitas coisas ficam no ar durante o filme e são explicadas (nem todas) num final corrido, tanto que nem os japoneses entendem direito. Bom, isso pode não ser culpa do filme.

Ah, o título do post é como traduziram em italiano mesmo. Espero que no Brasil não vire algo do tipo "Um Castelo Muito Atrapalhado".

(*) às vezes tenho flashbacks: estou no cinema em SP e ouço vozes que não vem do filme, celulares tocam e as pessoas atendem, the horror, the horror...