Yabbai

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Monday, February 28, 2005

Por que estudar os clássicos?

Talvez a melhor resposta que eu já vi:
I studied Latin in high school, private (Jesuit) school of course. I and a friend actually used the first few lines of the Aeneid to get out of a traffic ticket in high school! The judge was an old curmudgeon who asked if they still made us study Latin, so we immediately launched into the Aeneid. This obviously impressed the judge that we were good students and maybe OK kids, so he let us off with an slap on thewrist.
Do blog da New Criterion.
# posted by rafael @ 18:05 |

Mais um maligno plano sionista

O dia de descanso tradicional no mundo muçulmano é a sexta-feira. O governo iraquiano decretou a extensão do fim-de-semana, que agora inclue o sábado. Mas os iraquianos mais atentos perceberam que isso é mais um plano sionista, pois descansar no sábado é coisa de judeu, e estão protestando. É impressionante como os tentáculos dos sábios de Sião alcançam até a nossa definição de fim-de-semana. Até no Japão, vejam só, onde praticamente não há judeus.

Estão exigindo que o novo dia de descanso seja a quinta-feira. Isso resulta em apenas 3 dias úteis em comum com o resto do mundo, mas esse pessoal coloca princípios acima de negócios. Ao menos quando o princípio é anti-semitismo.
# posted by rafael @ 02:34 |

Sunday, February 27, 2005

Barganha

Os 54 volumes da edição original de Great Books of Western World por míseros U$75, no eBay. O frete custa U$60 nos EUA, mas mesmo assim é muito barato. Pena que o frete internacional é tão caro, U$350.

Vou continuar filando a biblioteca. Os livros estão novinhos, ninguém lê. Uma vez, o Aristóteles que eu havia pego antes não estava lá. Achei estranho, mas de certa forma foi uma boa surpresa. Meses depois peguei Gulliver's Travels mas devolvi antes de terminar de ler. Quando fui pegar de novo, não estava. Daí saquei: o bibliotecário é que colocou esses 2 volumes no lugar errado. Por algum motivo essa coleção fica no térreo junto às enciclopédias em inglês, embora a numeração indique que deva ficar no 1.o. Subi e de fato estavam lá. Eu devia ter sacado logo de cara: qual a probabilidade daquele japonês ali trocar seu mangá por Swift ou Aristóteles, em inglês ainda por cima?

PS: houve uma "guerra de lances" no final do leilão e o preço final ficou em U$134.01, pouco mais de U$2.50 por volume.
# posted by rafael @ 19:26 |

Saturday, February 26, 2005

Laputa, Balnibarbi, Luggnagg, Glubbdubrib

As Viagens de Gulliver é legal. Este trecho me foi angustiante:
In the midst of all this Happiness, and when I looked upon myself to be fully settled for Life, my Master sent for me one Morning a little earlier than his usual Hour. I observed by his Countenance that he was in some Perplexity, and at a Loss how to begin what he had to speak. After a short Silence, He told me he did not know how I would take what he was going to say; that in the last general Assembly, when the Affair of the Yahoos was entered upon, the Representatives had taken offence at his keeping a Yahoo (meaning myself) in his Family more like a Houyhnhnm, than a Brute Animal. The Assembly did therefore exhort him, either to employ me like the rest of my Species, or command me to swim back to the Place from where I came.
Mas esta semana recebi a boa notícia, os japoneses renovaram meu visto de estudante.
# posted by rafael @ 02:12 |

Thursday, February 24, 2005

um sonho lúcido (microconto)

Atravessava a ladeira, indo para o trabalho, quando percebeu que estava descalço e sem calça. No meio da rua, de samba-canção, via todo mundo rindo de si e não conseguia andar. Quando percebia que era sonho e estava para acordar, viu o ônibus, e o ônibus não conseguiu parar.

A família se espantou com a poça de sangue na cama, mas ninguém percebeu a tênue marca de pneus nos lençóis.
# posted by rafael @ 02:07 |

Friday, February 18, 2005

From Dawn to Decadence

Londres, 1497
The air is soft and delicious. The men are sensible and intelligent. Many of them are learned. They know their classics, and so accurately that I have lost little in not going to Italy. The English girls are divinely pretty and they have one custom which cannot be too much admired. When you go anywhere on a visit, the girls kiss you. They kiss you when you arrive. They kiss you when you go away. They kiss you when you return. Once you have tasted how soft and fragrant those lips are, you could spend your life there.
-- Erasmo, o tremendão.

Londres, 2005
(Reuters) - A British woman was sentenced to two and a half years in jail Thursday for ripping off her ex-lover's ...
# posted by rafael @ 15:48 |

Dreamcatcher

Preciso parar com essa mania de não ler resenhas antes de ir ao cinema ou locadora. Se eu tivesse passado no Rotten Tomatoes eu nunca teria pego Dreamcatcher. Pra falar a verdade, eu peguei porque gostei do nome. E embora a maioria dos filmes de suspense-terror seja lixo, Stephen King muitas vezes acerta. O filme começa bem, nos primeiros 10 minutos eu estava pensando, putz, já gostei desse filme. Até que lombrigas alienígenas começam a sair das tocas.
# posted by rafael @ 02:38 |

Thursday, February 17, 2005

Cavalos kandachime

kandachime-horses

Para a leitora que gosta de cavalos. Não são bonitos? É uma raça que veio da Mongólia e era usada nas fazendas, mas desde que ficaram obsoletos estão em vias de extinção: só há 29 deles na província de Aomori e, suponho, nenhum no resto do Japão. Achei a foto acima especialmente bonita (roubei do jornal Yomiuri).

Dá até vontade de visitar Aomori. Mas é longe, mais de 1000 km daqui. Além disso, gosto de neve, mas desgosto do frio.

kandachime-horses2

Esta é do Mainichi. Dá pra ver os cavalos melhor aqui e aqui, embora as fotos não sejam tão bonitas. E um monte via Google.

PS: "kandachime horse" for 寒立馬 is etymologically redundant, but is it wrong?
# posted by rafael @ 20:38 |

Saturday, February 12, 2005

The Great Ideas

Quem Mortimer Adler pensa que é, para nos impor uma coleção de "Grandes" Livros do "Ocidente", e excluir (mais uma vez) a América Latina? Ora, quem precisa de definições retrógradas de "civilização"? Aprendi com o mestre Jabor que all we need is love and Carnaval (hat tip: Claudio Avolio). Olha, um samba-enredo contém mais "grandes idéias" que qualquer um desses "grandes livros" de homens brancos mortos. E é bem mais conciso.

Vejamos um exemplo completamente aleatório (via FYI), para não dizerem que peguei justamente o melhor. Vamos fazer uma concessão à arrogância estadunidense: usaremos as grandes idéias como definidas por Adler, adicionando apenas Carnaval, esta maravilhosa idéia que o velhinho ignorou, cego que estava pelo preconceito anglo-saxão puritano isolacionista-imperialista.

"Brasil, se Deus É por Nós, Quem Será Contra Nós"

O título já começa com as idéias de Deus, Necessidade e Contingência.

Desbravando o continente
Voando, numa nave espacial
Vejo o fim do então primeiro mundo
O medo do futuro é universal
È nova era
O ser humano se transforma em munição
Parece até que é brincadeira
Tudo por um pedacinho assim de chão
Vaca louca adoidado, até frango ta gripado
Veja só que ironia, o alerta é geral
Bate forte bateria, eu quero é carnaval

Astronomia, Memória e Imaginação, Guerra e Paz, Tirania e Despotismo, Medicina, Carnaval.

Sou mais você Brasil
Ó pátria mãe gentil
Esculturada por Nosso Senhor
Terra do samba e do amor

Cidadão, Religião, Amor, Desejo, Carnaval.

É lindo ver meu povo brasileiro
Otimista e guerreiro
Nunca perde a esperança
Sempre se virando como pode
Quem não pode se sacode
Em busca do seu ideal


Beleza, Memória e Imaginação, Prazer e Dor, Metafísica, Carnaval.

E por aí vai. O poder de síntese do samba-enredo é fantástico. E observem como a idéia de Carnaval aparece em todo lugar e se integra com todas as outras idéias. Estou pensando em reunir todos os sambas-enredo já feitos no Bananão, escrever um syntopicon (procuro uma tradução para esse termo: a opção óbvia, sintopicão, é um tanto inconveniente) e lançar em 10 volumes fartamente ilustrados. Tenho certeza de que vai vender mais que a coleção do tio Adler.

# posted by rafael @ 07:00 |

Friday, February 11, 2005

Processo de paz

nazi-palis

Forças de segurança palestinas treinando.

A foto pode sugerir que eles tenham más intenções, mas não há por que se preocupar: assim que eles tiverem um Estado só deles, ao lado de Israel, vão todos virar pessoas ordeiras e tolerantes.
# posted by rafael @ 07:31 |

Disraeli kicks Celtic ass

Lendo um artigo de Jonah Goldberg sobre a propriedade de se usar jew no lugar de jewish, encontro esta pérola:
For centuries "Jew" was the preferred pejorative term for Jewish people. For example, "Don't Jew me" meant don't haggle me down to the lowest possible price. "Dirty" or "filthy Jew" were standard parings. Benjamin Disraeli the 19th century British Prime Minister offered perhaps the most famous defense of the word when he was taunted about being a Jew in parliament. "Yes, I am a Jew, and when the ancestors of the right honorable gentleman were brutal savages in an unknown island, mine were priests in the temple of Solomon."
Cavalheiros podiam argumentar que não descendem dos celtas ou bretões insulares e sim dos anglos e saxões vindos do continente. Mas, brutal savages just the same.
# posted by rafael @ 01:16 |

Thursday, February 10, 2005

Cuba proíbe fumo em lugares públicos

Importando as manias dos imperialistas, hein?
"They can't take this away from me. I'll kill them," said Graciela Gonzalez, 80, clutching a fat stogie [charuto]. "This is my life."
Give'em hell, abuelita!
# posted by rafael @ 01:45 |

Wednesday, February 09, 2005

saquê

Aliás, os japoneses gostam muito de álcool. Acho que é algo que está no sangue deles.
# posted by rafael @ 14:07 |

Carnaval

Não vou falar mal do Carnaval, que não quero alimentar boatos de que eu não seja patriota. Ia falar do Carnaval num evento aqui. Os japoneses da Câmara Júnior de Comércio convidaram eu, o Manuel e os cara pra falar dos nossos maravilhosos países e iam nos pagar por isso (como deve ser bom ter dinheiro sobrando. Como deve ser doce ter grana para comprar vinhos e iates e mulheres e, ao invés disso, esbanjar com palestras inúteis).

Bem, aconteceu que um dos membros da Câmara teve seu visto terreno subitamente cancelado e o evento morreu (ia dizer o evento foi cancelado mas seria mau estilo, não?). Nos pagaram mesmo assim, "pelo incoveniente". Me senti culpado por ganhar dinheiro sem trabalhar, e as circunstâncias do cancelamento não ajudaram, então doei metade -- é surpreendentemente fácil doar dinheiro que você não sente que é seu, agora entendo sociais-democratas -- e converti o resto em shouchuu.

Aliás, sempre me perguntam sobre saquê, mas os japoneses não bebem tanto saquê. Eles gostam é de cerveja, whisky, e shouchuu. O shouchuu feito de batata é horrível, mas tem outro tipo, que não sei se é de arroz ou trigo, que é bom.

Mas o que ia dizer é que não percam a cobertura do Carnaval afegão do Santo Agostinho.
# posted by rafael @ 13:40 |

Sunday, February 06, 2005

Xiita Bacana

Xiita bacana lá da Martinica
Se veste com burca que não mostra nadica

Não usa blazer / não usa terno
Verão pra ela é pleno inverno
Fundamentalista com toda a razão
Só faz o que manda / o seu Alcorão

PS: Para quem não conhece (alguém não conhece?) ou não se lembra do original, está aqui.
# posted by rafael @ 01:42 |

Saturday, February 05, 2005

Agora sou eu que mando aqui

Tragédia no Afeganistão: metade da população judia morreu.

OK, só havia dois judeus. Ishaq Levin, depois de 80 invernos afegãos, is no more. Zevulun Simantov, o judeu que restou, mostra seu pesar:
“He was a very bad man who tried to get me killed,” Mr Simentov, 45, said with a grin as he warmed his toes against the Kabul winter on a gas-burning stove. “Now I am the Jew here, I am the boss.”

Levin era o único judeu que não fugira depois da invasão soviética em 1979 e cuidava da sinagoga. Até que, no início dos anos 90, Simentov se cansou da agitação e dos valores mundanos do Turcomenistão e decidiu voltar para o Afeganistão. Ao chegar, sugeriu que Levin também botasse o pé na estrada...

A feud ensued, with the Taleban regime becoming involved after both men reported each other to the authorities for alleged wrongdoings ranging from running a brothel to misappropriating religious objects.
Mr Levin told fortunes to Muslim women and prescribed medicines and love potions, which Mr Simentov disapproved of as non-Jewish. He reported Mr Levin to the authorities who jailed him. Mr Simentov claims that he was jailed and tortured by the Taleban when Mr Levin told them that he was an Israeli spy. The animosity may have cost the synagogue its most sacred treasure — its Torah scroll, confiscated by the Taleban sometime around 1999. The 500-year-old scroll, hand-written on deerskin and wrapped in silk, was believed to be worth $2 million (£1.06 million).
Do Times.
# posted by rafael @ 17:45 |

Jewmaica

Eu achava que rapper japonês era algo bizarro, até que conheci Matisyahu, o rapper cantor de reggae judeu ortodoxo.
# posted by rafael @ 04:22 |

Wednesday, February 02, 2005

Sua excelência, El Ministro

No ano passado, Gilberto Gil pisou na buela durante um concerto na Galícia ao se dirigir à platéia em espanhol (Galícia é na Espanha mas seus habitantes falam galego, um dialeto perfeitamente compreensível do português). Quando o público pediu a ele que falasse em português, el ministro respondeu que "aqui todos nos entendemos, falar português está bem, mas se é por nacionalismo não está tão bem. Temos que ser mais internacionais" e "además estamos en tierras de España!". Que pendejo! Imaginem um francês se apresentando em Quebec e falando em inglês (com sotaque francês, claro), after all we are in Her Majesty's domains. Felizmente para el ministro, os nacionalistas galegos são mais pacíficos que os bascos.

Agora, lendo o Fabio Ulanin, fico sabendo da última:
El gran Ministro de la Cultura, Hilbierto Hil, del estado brasilenho, fez una propuesta maravijosa en el Fórum Social Mundial, en Puerto Alegre, com el obhetivo de aprohimar los países de la América Latrina: oficializar el portunhol como una lingua a ser estudada en las escuelas, com su gramática fixada pelos dotores de las universidades de nuestra nación.

Sin duvidas, esta és la mejor propuesta que se puede facer para la mejoria de la educación latrinoamericana, que no apenas valorizaria la interación entre las diversas pessueas de diferentes culturas, como tambiém posibilitaría a se atinhir más rapidamiente los objetivos de nuestro desgobierno: la destruición completa e total de una identidad lingüística huntamiente com la anulación de nuestras consciências nacionales, o seha, en otras palabras, el puevo brasilenho que já non sabe el português tambiém non saberá lo espanhol.
Infelizmente o blog do Ulanin não tem permalinks (UOL, argh), mas procurem lá o post de 29 de janeiro de 2005, es muy engraciado.

Janer Cristaldo comenta a notícia oficial, mais acurada -- Gil não defendeu realmente o ensino nas escolas -- mas ainda engraçada: durante encontro mundial de ministros de Cultura em Xangai, na China, el ministro pediu permissão para se pronunciar em portunhol.
# posted by rafael @ 22:09 |

Militantes iraquianos capturam GI Joe

Como seria o mundo sem jornalistas tapados? Muito melhor, mas não tão divertido. A Associated Press publicou a notícia de que terroristas teriam capturado o soldado americano John Adam e ameaçado matá-lo em 72 horas etc. A reportagem inclui esta foto:

GI Joe

Mas não inclui estas, tiradas quando Adam ainda estava em treinamento:

iraq-soldier

Naturalmente, milhares de jornais estão reproduzindo a notícia. Fantástico. O pessoal do Cocadaboa ainda tem muito que aprender.
# posted by rafael @ 20:33 |