Yabbai

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Monday, April 04, 2005

back to Bananão

De férias, depois de uma viagem muito muito longa. A parada de 7 horas em Toronto não ajuda: muito curta pra sair do aeroporto e dar uma olhada na cidade, muito longa pra ser confortável.

Criei vários posts geniais durante o vôo, mas infelizmente não os escrevi e os esqueci todos.

Antes de falar mal do Brasil, tenho que falar bem do Japão. Depois que se passa um tempo lá, acostuma-se com a civilidade e a gentileza -- o termo mais apropriado aqui seria polidez, mas deixem-me ser generoso -- dos japoneses. O que no começo era muita "frescura" passa a ser quase agradável e então normal, e se esquece que não é assim no resto do mundo. O Manuel tem um post com um bom exemplo, um simples atendimento telefônico de uma empresa japonesa e uma mexicana (que podia muito bem ser brasileira). Mas pessoalmente é pior: num "restaurante" do aeroporto canadense os garçons guardinhas pareciam estar fazendo um favor, e penoso, ao nos servir. Digo guardinhas porque as mesas ficavam ao aberto, apenas cercadas por umas cordinhas, então pessoas traziam lanches de outros lugares pra comer lá e os guardinhas iam expulsá-los e apontar as 3 mesinhas que estavam fora do cercado. Minha sensação não foi de, er, indignação nem nada que me fizesse escrever cartinha pro jornal; eu só queria comer. Mas que é esquisito, é.

Ah, encontrei pessoas gentis no caminho, embora fosse uma gentileza sem a reserva e a distância nipônicas, como o funcionário da imigração: Hello... Rafael. How are you? So you are a student in Japan? What do you study? Do you like it? Welcome to Canada, enquanto verificava os documentos. Assim, escrito, parece óbvio que foi um interrogatório, mas então demorei alguns instantes pra perceber. Que seja, fui bem interrogado.

E a comissária de bordo (já muito, er, madura pra ser chamada aeromoça) que, quando expliquei que minha bagagem de mão grande demais tinha presentes sensíveis que eu não podia arriscar a despachar, folgadamente perguntou se tinha algum pra ela. Brincadeira impensável na Hellokittylândia mas, bem, não virei japonês. Além disso ela não implicou com a bagagem de mão grande demais.

E a funcionária argentina da alfândega que falou em português comigo (desnecessário, mas what the hell), e revistou minha bagagem mui educadamente, ou tanto quanto é possível ao se revistar uma bagagem. Mas só estou mencionando isso pra suavizar a impressão, mais forte, de que no Canadá -- ou no Brasil -- é normal restaurantes terem guardinhas no lugar de garçons.
# posted by rafael @ 22:13
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